sábado, 9 de novembro de 2013

AWT#85: Milho, malaguetas e...papoilas

O trilho sinuoso e de relevo montanhoso que liga Kalaw a In Dein proporciona uma paisagem fantástica. Percorremos terrenos baldios de agricultores, cruzamos pastos verdes que fazem as delícias dos búfalos e bois que neles pastam e atravessamos quintais onde se secam grãos de milho, grãos de arroz e malaguetas antes de entrarem nas rotas comerciais. Cerca de 70% da população vive no interior e depende da agricultura.

Em muitíssimo menor número que em Bagan, vamos cruzando um ou outro mosteiro budista que acolhe os jovens para o período de retiro. Aos sete anos de idade, os Pais com possibilidades enviam os filhos para estes locais de culto e ensino despojados de tudo excepto alguns itens como chapéu de chuva, pote de oferendas e pouco mais. Numa base diária e num regime de rodízio, as várias famílias da comunidade levam comida e oferendas aos monges.

Pernoitamos num destes mosteiros, que, apesar das grandioso apenas acolhe um único monge e doente por sinal. Mas a "soirée" prometia muito mais que o silêncio do local de culto... Uma das muitas proibições que subsiste aos dias de hoje é a visita de estrangeiros a casas de nativos. De forma algo sigilosa, e totalmente ilegal, levaram-nos a uma delas. As dificuldades no diálogo com a família, a prova de batatas fritas e cacahuetes, culminando com a experiência do produto acabado das papoilas formaram uma experiência que, sem sombra de dúvida, jamais irei esquecer!

Falando de "culturas agrícolas de alto rendimento".Mais a norte, na fronteira com a China, fica o "país dos wa", cuja capital é Monglá. Também conhecidos como cortadores de cabeças, estes não são mais que antigos guerrilheiros que, após os comunistas terem perdido o apoio de Pequim na luta contra o governo de Rangum (Yangon) se dedicaram à cultura do ópio sob o (des)interesse dos governos locais.






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