sábado, 30 de novembro de 2013

AWT#106: (em branco!!)

Se desse para suprir dias do ano, tal e qual se arrancam folhas de um calendário, este seria o dia! Fui "abraçado" por uma virose que "mandou ao tapete". Valeu-me a fantástica enfermeira que a minha Maria se revelou ;)

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

AWT#105: Explorando a maior gruta do mundo

Phon Nha é um parque natural marcado pelas vultuosas montanhas de origem calcária e, também declarado sítio de Património da Humanidade. Foi nele que foi descoberta a "Paradise Cave" que, pelos seus 31 kms de comprimento a fazem a maior do Mundo (pelo menos à data). Com um sistema de iluminação fantástico (devem ter visto uns tutorials na internet do meu querido amigo Luís Beires!) e umas passerelas ao longo de várias galerias este é, sem dúvida, um local a visitar. Outro programa interessante é a visita à "Dark Cave", a qual apenas tem acesso de canoa e nos obriga a nadar em etapas do percurso. Recordo-me da expedição às cavernas do PETAR (estado de São Paulo, Brasil).


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

AWT#104: Angra dos Reis...vietnamita

Uma das fantásticas memórias do Brasil, são os fins de semana em casa da queridíssima Mariana Panhoni, na encantadora baía de Angra dos Reis. Passear de barco, entre as 365 ilhas do arquipélago e acabar o dia na Praia do Dentista, com amigos, música e caipirinha é algo que recordo com muita nostalgia.

Ha Long poderia ser uma réplica local do arquipélago fluminense (i.e. pertencente ao estado do Rio de Janeiro). Este, por seu lado, tem 1969 ilhas e, em 1994, foi declarado património da Humanidade. Hoje minada de cruzeiros turísticos, Ha Long Bay já foi ponto estratégico para rotas comerciais. Checked!




quarta-feira, 27 de novembro de 2013

AWT#103: "Cadê a torre de Hanói??"

Já foi capital do Vietname.
Marcada, também ela, pela passagem gaulesa, Hanói é uma cidade ruidosa, movimentada mas com umas linhas retro deveras interessantes. Os passeios estão lotados de milhares de motociclos, impecavelmente estacionados procurando maximizar o espaço, pelo que peões, automobilistas e vendedores são forçados a partilhar harmoniosamente o asfalto. Os comerciantes mais abastados têm as suas próprias lojas, sendo a "região das 36 ruas" digna de ser visitada. Criada no séc. XVIII, esta região está organizada como um arquivo: as lojas estão localizadas por área de especialidade dando o nome à respectiva rua (P Hang Gai é a Rua da Seda).

Outra programa interessante é a visita à prisão-museu onde franceses prenderam comunistas na era colonial e, mais tarde no tempo, aquando da guerra entre Vietname e Estados Unidos, vietnamitas prenderam os soldados inimigos capturados. Um deles foi o senador John McCain que chegou a ser candidato presidencial. 

Quanto à famosa torre... cadê ela?!



terça-feira, 26 de novembro de 2013

AWT#102: Churrasco numa bomba

Os confrontos e guerras que tiveram lugar no Laos deixaram tristes memórias neste povo. O que sobrou virou souvenir, recuerdo ou lembrança, se preferirem.
Passo a explicar: das bombas desarmadas, lembraram-se de fundir o material e fazer talheres, pratos, copos e outros acessórios de cozinha, como por exemplo um misto de panela em forma de anel com uma forma pontiaguda no centro onde se cozinha sopa e se grelha carne, respectivamente. Enquanto a deliciosa carne de búfalo grelha na chapa, cogumelos, couve, ovo, hortelã e outros ingredientes cozinham num caldo à base de água de côco. Foi num restaurante à beira-rio, com um ambiente chill out fantástico, que provei "churrasco numa bomba"!

À saída do restaurante, enquanto a Maria perdia a cabeça e gastava 2 euros em dois anéis e uma pulseira, eu deparei-me com um provérbio delicioso (ver foto em baixo).




segunda-feira, 25 de novembro de 2013

AWT#101: O "Robin Hood" budista

A cerimónia das almas em Luang Prabang virou programa de turista mas guarda na sua essência o mesmo princípio de igualdade praticado pelo justiceiro da Floresta de Nottingham. Lado a lado, ajoelhados, e distribuídos ao longo da principal rua de Luang Prabang, contribuintes e pedintes, oferecem e pedem alimento aos monges budistas em memória das almas.

Ah...é verdade...Relativamente ao meu visto do Vietname, para "grandes males, grandes remédios". Chegámos ao consulado do vietname em Luang Prabang e dissemos que precisávamos do visto mas não tínhamos páginas disponíveis. Resposta do outro lado do guichet: "Não há problema. Colamos em cima de alguns destes carimbos" - apontado para uma das páginas já preenchida. E foi assim que "o Vietname" tapou "o Machu Pichu" ;)



domingo, 24 de novembro de 2013

AWT#100: Banho em cadeia...

No zoo de Sete Rios em Lisboa dá-se amendoins aos elefantes. Na cachoeira de Tad Sae, na periferia de Luang Prabang, foram mais espertos e cobram 10 euros aos turistas... para darem banho aos animais! O "chauffeur" do nosso, eventualmente empolgado com a atividade aquática ou numa tentativa cómica de tornar a nossa experiência mais completa, ia simultaneamente dando-me banho a mim! Há cada uma...


sábado, 23 de novembro de 2013

AWT#99: As cachoeiras de Luang Prabang

Com várias "boulangeries" e placas de sinalização escritas no idioma de Albert Camus, Luang Prabang ainda conserva vestígios gauleses que daqui foram expulsos em 1974.
Situada na confluência dos rios Mekong e Nam Khan esta cidade de 50.000 habitantes foi declarada Património da Unesco em 1995. Seduzidos pelo charme que a cidade oferece, milhares de turistas fazem dela ponto de partida para trekkings, passeios de elefante e outras inúmeras atividades. Uma dessas é a visita ao projeto de conservação dos ursos e um mergulho na cachoeira Kouang Si. Cm o fundo argiloso de tom esbranquiçado, esta queda de água proporciona um visual de revista.


sexta-feira, 22 de novembro de 2013

AWT#98: Uma Aventura... na selva do Laos!

Largar os teclados e mergulhar na selva é o que faz falta à malta mais nova! Ou será que perdeu a graça construir casas nas árvores? E balouçar numa liana antes de mergulhar numa cascata? E deitar cedo para levantar e ver o nascer do sol?

Revivi todas estas experiências e experimentei mais umas quantas nos três dias da Gibbon Experience, nomeadamente:
-Provei frutos que nunca tinha experimentado antes, nomeadamente Pitahaya ou dragonfruit, e fruto do monge ou "Luo han guo", que vim a aprender ser cerca de 300 vezes mais doce que o açucar mas com um teor em calorias tão baixo que até é usado para a cura da diabetes na medicina tradicional chinesa;
-Experimentei várias sessões de hirudoterapia gratuitas ao atravessar riachos e linhas de água (as sanguessugas produzem uma substância anticoagulante e por este facto são utilizadas em tratamentos de medicina alternativa);
-Fiz "slide" noturno, numa das muitas ligações com as casas, em plena escuridão, apenas com o foco frontal;
Na memória, ficam três dias de uma aventura na selva!!!




quinta-feira, 21 de novembro de 2013

AWT#97: Arroz ao pequeno-almoço, ao almoço e ao jantar!

Desde cedo aprendi que se come muito arroz (Oryza sativa) por estas paragens (90% do consumo mundial é na Ásia) mas nada como adoptar o regime gastronómico local para perceber o quão importante é este cereal no cardápio local.

Desde que chegámos ao Myanmar tenho tenho comido tanto que até equaciono pedir à Maria Celeste, minha querida Mãe e exímia cozinheira, para banir este alimento na consoada! Senão vejamos: arroz ao pequeno-almoço, noodles feitos a partir de arroz ao almoço, sobremesa de arroz doce com manga e leite de côco ao jantar e tudo isto "regado" com vinho de arroz ou sakê (bebida destilada à base deste alimento!!).

Todo este arroz "à mesa" faz do Laos o terceiro maior consumidor mundial de arroz per capita (163kg/ano)!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

AWT#96: Onde está o gibão?

Se o tarzan fosse animal seria um gibão (do inglês gibbon). Morando na floresta tropical e sub tropical desde o nordeste da Índia até à Indonésia, este "pequeno" macaco (em contraste com os "grandes" como o chimpanzés, orangotangos ou gorilas) é o mamífero não voador mais ágil a viver nas árvores: dá saltos entre galhos com distanciamento de até 15 metros.

É em Houay Xai, norte do Laos, que decorre um projeto de conservação desta espécie envolvendo as populações locais. Procurando financiar o projeto, os responsáveis do projeto construíram e exploram 7 casas no topo de árvores de altura superior a 50 metros, com um acesso original: tirolesas (cabos de aço e roldanas)! 
Experiência imprópria para cardíacos, atravessar vales a mais de 150 metros de altura é também algo inesquecível!

O projeto chama-se Gibbon Experience... mas gibões... nem vê-los!




terça-feira, 19 de novembro de 2013

AWT#95: Estórias para contar aos netos

Todos estes meses de viagem já proporcionaram muitas estórias engraçadas mas, à semelhança da minha querida amiga Maria Soller, ainda não passei pela experiência de ser deportado!

Com apenas uma página livre no "anexo" do passaporte que me fizeram no Laos, vamos ver se não bato com o nariz na porta à entrada em Hanói (Vietname). Se bater paciência, terei que voar até à embaixada portuguesa mais perto (Banguecoque). Será apenas mais uma estória para contar... aos netos! 


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

AWT#94: Saltitando pelo reino do Sião...com passaporte cheio!

Originário da China ocidental e Tibete, o povo tai migrou a sul formando as primeiras comunidades à beira rio (séc.III-I a.C.). Séculos mais tarde, a região formada pelo Laos, Tailândia e Cambodja era dominada, primeiramente, pelo reino Srivijaya e mais tarde pelo violento reino Khmer, originário do interior do Cambodja. Os portugueses foram os primeiros chegar à região (em 1511 a Malaca) tentando, à semelhança da história africana, repartir o território com as outras potências europeias: os britânicos ficaram com Índia, Myanmar e península malaia; os nuestros hermanos contentaram-se com as Filipinas; os holandeses ocuparam Indonésia e os "avec's" (a.k.a. Franceses) espalharam-se pelo Laos, Cambodja e Vietname para formar a Indochina.

História à parte, e uma vez obtida independência, hoje estes povos são amigos e formam a ASEAN (Association os South East Asian Nations) que muito contribui para o aumento de competitividade de uma região cujo PIB per capita é US$2.500 (o português é cerca de oito vezes superior).

Uma das principais vias de comunicação na região é o rio Mekong, o qual atravessámos, de Chiang Khong (Tailândia) para Huay Xai (Laos). À chegada, recusaram dar-me o visto pois não tinha páginas em branco no passaporte. Dou por mim a pensar que não fosse o carimbo "turístico" da subida ao Machu Pichu ou o autocolante do velhote de bigode na Terra do Fogo (Ushuaia) não teria este problema.

Graças à fantástica persuasão da Maria, o passaporte que contém 32 páginas, como por magia, passou a ter 36, pois agrafaram-me um "anexo"!!


domingo, 17 de novembro de 2013

AWT#93: Livros perdidos...

Rendido às novas tecnologias como tablets, audiobooks, eBooks e companhia, revivi a experiência deliciosa que é entrar numa livraria antiga. Numa das principais artérias da cidade velha de Chiang Mai (delimitada pelo canal), fica a Lost Book Shop. Como que um "bunker" em tempos de revolução tecnológica em passo frenético e resistente à troca de sms, mensagens de facebook, ou outros tantos tipos de bytes, por aqui vende-se, compra-se e troca-se...papel escrito à antiga!

E levar um livro para casa é muito mais do que encomendar na Amazon! É conversar com o alfarrabista, é desfolhar livros que nunca foram abertos, é sentir o cheiro de um livro antigo, é trocar ideias com outros seres "démodés"que não abdicam de um livro...à antiga!

Mais à noite, depois de jantar, juntámo-nos aos milhares de pessoas que, junto às margens do rio, lançavam balões cilíndricos de ar quente por ocasião da principal festa anual da região: Loi Krathong, ou festival de Yi Peng.


sábado, 16 de novembro de 2013

AWT#92: À mesa com católicos, judeus e muçulmanos

Pessoas. Já percebi que sou "viciado" nelas. Conhecer alguém de outra nacionalidade, de outro background, ou de outra religião é sempre uma viagem apaixonante. De forma espontânea e gratuita, viajo sem sair do lugar, aprendo sem abrir um livro e enriqueço sem ganhar um centavo. É, no mínimo curioso, para quem passou a universidade a ouvir falar de máquinas!

No trekking de dois dias pelas montanhas ao redor de Chiang Mai, encontrámos pessoas com bandeiras de cor variadas: França, Marrocos, Inglaterra, Israel... De estudantes a aproveitar o fim de semana, aos recém casados a disfrutar de lua de mel, havia motivos de viagens para todos os gostos. À refeição, sob a luz das velas e debaixo do manto de silêncio da montanha, cristãos, muçulmanos e judeus sentaram-se lado a lado, partilhando experiências e unindo gargalhadas. Como dizia o meu guia no safari da Tanzânia: "Brothers... from different mothers"!




sexta-feira, 15 de novembro de 2013

AWT#91: As mulheres-girafa e o centro comercial

Já não me recordo quando ouvi falar delas pela primeira vez mas foi há muitos anos atrás. À semelhança dos Massai, acredito não terem propriamente um sentido patriótico, restrito a uma linha imaginária que separa países (já havíamos visto no Myanmar) mas sim um outro de foro tribal. As mulheres-girafa pertencem a um sub-grupo da tribo Karen denominado Padaung. Não existe, todavia, consenso se o uso dos colares era uma forma de tirar a beleza de uma mulher e assim poupá-la da escravatura, se de embelezá-la esticando-lhe o pescoço (tamanho do pescoço diretamente proporcional à beleza?!). 

Discussão à parte do que terá estado na origem desta tradição, a verdade é que hoje, em Chiang Mai, virou programa de turista e até cobram bilhete para entrar numa aldeia desta tribo que, para mim, era mais um centro comercial!








quinta-feira, 14 de novembro de 2013

AWT#90: Júlio Verne e a cozinha tailandesa

Na mais que afamada obra de Júlio Verne consumou-se uma volta ao mundo em 90 dias. Eu não estou à altura desses heróis e, no mesmo período de tempo, apenas cheguei a Chiang Mai, na Tailândia!

Além da massagem, outro programa obrigatório por estas paragens é fazer um curso de cozinha tailandesa. Começando no mercado a escolher os ingredientes, passa-se depois a uma abordagem "mãos na massa", com as clássicas "wok" (tacho arredondando) e avental. Sopa de camarão e leite de côco, Chiang Mai noodles ou galinha com caril verde foram algumas das iguarias feitas pela equipe internacional de chefs! Apesar de ter cortado na pimenta, não consegui evitar de "cuspir chamas" com o quão picante o meu prato ficou!

Mais tarde,numa das visitas "às paletes" de templos , cruzei-me com um escuteiro lobito e fiquei nostálgico ao recordar os tempos de lenço ao pescoço.










quarta-feira, 13 de novembro de 2013

AWT#89: Chiang Rang com massagem... tailandesa!

Num hino ao que o país tem de melhor para oferecer, e no final de uma jornada de autocarro, ofereci o meu corpo a uma tailandesa que me fez uma massagem como eu nunca tinha experienciado. O deleite foi tanto que adormeci e as inglesas que estavam ao meu lado perguntavam-se se eu estaria vivo. Pagar 5 euros por uma hora de massagem é mesmo pedir: "relaxa e goza".

Para recarregar energias, nada melhor que o mercado noturno com as dezenas de barraquinhas de comida tradicional... Inundadas de espanhóis! É a crise...



terça-feira, 12 de novembro de 2013

AWT#88: Até já Myanmar...olá Tailândia!

O aeroporto de Heho, pode ser considerado um upgrade do de Beauvais (Paris), base local da Ryanair. Não é uma "tenda" como o parisiense mas é da mesma simplicidade: os balcões de check in parecem bancas de jornal, a máquina do raio X - cujo supervisor dormia - parece um forno elétrico e os painéis com informação dos vôos são manuscritos e referem "Estimated Time of Departure". Como dizia o meu querido Avô Manel, viajante nato, tudo tem vantagens e desvantagens e, neste caso, demo-nos ao luxo de atrasar a partida pois a Maria se tinha esquecido do "Aifôni" no hostel. É compreensível...para quem anda (com a cabeça) nas nuvens!

(Nota: Isolado do mundo até há alguns anos atrás, Myanmar tem hoje 3 fronteiras abertas e nós quase estreámos uma delas. A "friendship bridge", que liga Tachilek (Myanmar) a Mae Sai (Tailândia) foi inaugurada em 29 de Agosto de 2013. Esta região fronteiriça de três países, Tailândia, Myanmar e Laos, forma o lendário "Triângulo Dourado" conhecido por ser uma região montanhosa fértil no cultivo de ópio. Hoje em dia, a produção decaiu com a adopção das metafetaminas e heroína)







segunda-feira, 11 de novembro de 2013

AWT#87: Mais uma volta, mais uma viagem...

Adoro Feiras. A atmosfera de êxtase e alegria é contagiante. Dos vendedores ambulantes, aos carrosséis alegóricos passando pelas barraquinhas de comida local, a diversão é garantida. As feiras locais não são excepção variando em pequenos e deliciosos detalhes:

-os carrosséis são de força motriz manual - esta equipe de acrobatas (calçados com havaianas) passaria sem dificuldade no casting para o cirque du soleil;
-as barracas de comida propõem fondue de porco e galinha, com um vasto leque de opções desde patas de galinha às entranhas do porco;
-os stands de promoção (um dos quais de pensos higiénicos!!!) fazem competição de níveis sonoros e, a meio da noite, já têm as colunas "queimadas".

Esta evento era especial pois tratava-se do renomado Festival de Balões de Ar Quente de Taunggyi. Num formato de competição de balões variando de forma, cores e fogos de artifício, várias equipas disputam a vitória. O auge da noite foi quando um dos balões pegou fogo (pudera! Adornado com centenas de velas...) e caiu. Numa situação normal teria sentido as pessoas em pânico, mas, inexplicavelmente, fugiam às gargalhadas!!

Recordei os carrinhos de choque das festas de Ferrel: "Mais uma volta, mais uma viagem! O menino tira a mão da perna da menina pois o carrinho não tem mudança! O senhor não paga...mas também não anda"

(Copyright fotos: MPS!!)


domingo, 10 de novembro de 2013

AWT#86: Inle Lake

É um dos cartões postal deste maravilhoso país e também a capa da "bíblia" (expressão recorrentemente usada para referir o Lonely Planet). O Inle Lake é um oásis no estado Shan que serve de sustento, direta ou indiretamente, às inúmeras populações ribeirinhas.

A propósito de guias: quando toda a gente compra o mesmo guia e segue as recomendações que nele vêm - alojamento, restaurantes e outras atividades - o resultado é que tudo esteja, naturalmente, "overcrowded". Na próxima viagem vou considerar o Rough Guide, Footprint ou Time Out.








sábado, 9 de novembro de 2013

AWT#85: Milho, malaguetas e...papoilas

O trilho sinuoso e de relevo montanhoso que liga Kalaw a In Dein proporciona uma paisagem fantástica. Percorremos terrenos baldios de agricultores, cruzamos pastos verdes que fazem as delícias dos búfalos e bois que neles pastam e atravessamos quintais onde se secam grãos de milho, grãos de arroz e malaguetas antes de entrarem nas rotas comerciais. Cerca de 70% da população vive no interior e depende da agricultura.

Em muitíssimo menor número que em Bagan, vamos cruzando um ou outro mosteiro budista que acolhe os jovens para o período de retiro. Aos sete anos de idade, os Pais com possibilidades enviam os filhos para estes locais de culto e ensino despojados de tudo excepto alguns itens como chapéu de chuva, pote de oferendas e pouco mais. Numa base diária e num regime de rodízio, as várias famílias da comunidade levam comida e oferendas aos monges.

Pernoitamos num destes mosteiros, que, apesar das grandioso apenas acolhe um único monge e doente por sinal. Mas a "soirée" prometia muito mais que o silêncio do local de culto... Uma das muitas proibições que subsiste aos dias de hoje é a visita de estrangeiros a casas de nativos. De forma algo sigilosa, e totalmente ilegal, levaram-nos a uma delas. As dificuldades no diálogo com a família, a prova de batatas fritas e cacahuetes, culminando com a experiência do produto acabado das papoilas formaram uma experiência que, sem sombra de dúvida, jamais irei esquecer!

Falando de "culturas agrícolas de alto rendimento".Mais a norte, na fronteira com a China, fica o "país dos wa", cuja capital é Monglá. Também conhecidos como cortadores de cabeças, estes não são mais que antigos guerrilheiros que, após os comunistas terem perdido o apoio de Pequim na luta contra o governo de Rangum (Yangon) se dedicaram à cultura do ópio sob o (des)interesse dos governos locais.






sexta-feira, 8 de novembro de 2013

AWT#84: A fotografia e eu

Uma das primeiras experiências que tive com a fotografia foi, aos 6 anos de idade, fazer uma reportagem integral das divisões lá de casa. Desde então ganhei um gosto enorme pela fotografia ainda que o jeito não tenha aumentado na mesma proporção! Para colmatar essa lacuna, escolhi uma namorada com imenso talento no tema (obrigatório ver www.alguresnomundo.wordpress.com).

No primeiro dos três dias de trekking para chegar a Inle Lake, decidi trocar a super flexível lente da minha Nikon D80, a 18-200 (3.5-5.6), por aquela que é, muito provavelmente, uma das melhores lentes para principiantes: a lente fixa de 50mm (1.8). Para um leigo, estágio do qual não estou longe, é uma lente muito simples em termos de espelhos e sem zoom. Aparentemente pouco prática, esta característica obriga-nos a ter um papel muito mais ativo na foto, uma vez que nos obriga a procurar o enquadramento ideal do que queremos perpetuar, andando para trás e para a frente!

Além de muito mais leve, permite brincar com jogos de luz e obter cores fantásticas. É caso para dizer que, mais uma vez, o menos é mais!

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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

AWT#83: Igreja católica - uma agulha no palheiro

Ser cristão por estas paragens não deve ser fácil. A grande maioria da população é budista (89%) e as restantes religiões são minorias (estima-se que cristãos representem 4%). Apesar da constituição prever liberdade religiosa, na prática existem confrontos entre budistas e muçulmanos (motim violento em 2001), desencadeados principalmente por supostas "ofensas" de parte a parte.

Hoje passei por uma igreja católica e decidi entrar. Quase tão raro como encontrar um restaurante com comida ocidental (a maria já não pode ver caril de galinha à frente...), passar em frente a uma igreja católica despertou a minha curiosidade. Forrada a azulejos brancos por toda a parte e adornada com imagens de santos e os tradicionais painéis bíblicos, esta igreja era tudo menos acolhedora. Ainda assim, por incrível que pareça, senti-me mais perto de casa.




Budismo: Theravada vs Mahayana
Segundo aprendi existem muitas correntes de Budismo, mas todas elas são baseadas na história do príncipe indiano Siddhartha Gautama que há 2.500 anos atrás decidiu prescindir do conforto em prol de um voto de pobreza. Uma das mais relevantes por estas paragens, a Theravada distingue-se por não se centrar num, ou vários deuses, mas sim num conceito de foro psico-filosófico. Nesta corrente, acredita-se que as pessoas podem atingir o Nirvana de forma individual, ao contrário da corrente Mahayana, que defende que toda a humanidade deve estar pronta para a salvação. Entre as duas, na prática, a Theradava é a mais severa e restritiva para os praticantes.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

AWT#82: Mandalay

Capital de Myanmar de 1961 a 1985, Mandalay é a referência no capítulo cultural. Reza a história que o Buddha, ele próprio, andou por estas paragens e anteviu a importância desta cidade que, atualmente, é tão populosa quanto a grande Lisboa (aprox. 1M habitantes).

Conhecemos o Massimiliano e o Isaías e criámos uma expedição exploratória à rota dos templos (Shwe In Bin Kyaung e Mingun Paya) e às antigas capitais de Myanmar (Inwa, Amarapura, Sagaing). O "Max" é italiano mas é um autêntico "canivete suiço". Dá aulas de história de arte e é fotógrafo, mas é como bombeiro que consegue sustentar a paixão dele, i.e. ganhar dinheiro durante uns meses do ano para viajar nos restantes. Ganhei um ídolo! Isaías é um peruano de Arequipa, com traços de Jesus Cristo pelo cabelo e barba, que anda a explorar estas paragens "à deriva". Juntos passámos um dia repleto de gargalhadas na "Golden Land" (nome dado ao território de Myanmar no séc.III a.C.).








terça-feira, 5 de novembro de 2013

AWT#81: Viajar de barco

Apesar de custar quatro vezes mais que a viagem de ônibus, deixei que o meu instinto nos levasse a comprar bilhetes para o Malikha II, um dos barcos que ligam Bagan a Mandalay. Uma vez mais, em prol da modernidade, da celeridade e do comodismo, deixou-se de andar de barco. Virou coisa do passado e quase do tempo dos Descobrimentos! Recordo-me dos testemunhos que ouvi no Brasil, de netos de emigrantes portugueses, a contar sobre a viagem de 18 dias que os avós haviam feito para chegarem a Terra de Vera Cruz.

A viagem demora 10 horas mas são 10 horas muito prazerosas com livros, fotografias, e pensamentos vagos. Afinal o tempo não conta... O relógio está parado... E que bom que assim é!






segunda-feira, 4 de novembro de 2013

AWT#80: On parle pas français mais on mange bien

Além da magia dos templos e da simpatia das pessoas, a gastronomia é, claramente, outro dos highlights de Myanmar. Para aliar esta experiência a algum sentido de poupança (princípio que achava praticar até conhecer a Maria) a receita é comer nos "fast-foods" à beira da estrada. Como dizia a Heloísa Bonfim (colega, amiga e mãe da princesa Chloe) é bom e barato! O cardápio é variado e equilibrado: caril de galinha, aparas de bamboo, missoshiro e molhos mil para misturar com o arroz - base de todos os pratos. À porta de um deles, encontrei esta frase: "on parle pas français mais on mange bien". E eu não poderia estar mais de acordo pois combinada com um cenário mágico e a companhia ideal...