terça-feira, 20 de agosto de 2013

AWT#5: Um canivete... Santomense

Está uma atmosfera insuportável. Recordo-me da viagem à Amazónia, onde os níveis de humidade são igual e estupidamente elevados, parecendo que estou num questionário dos serviços secretos russos. Para ajudar a festa, na Fundação naturalmente não "há ar" (como se referem no Brasil ao ar condicionado). Mas as tarefas não esperam e há-que meter mãos à obra! Hoje podem-me "endorsar" no linkedin como assistente de cozinha (estive a descascar mandiocas com a Lili, chefe de cozinha da Fundação), marceneiro (reparei o palco e uma mesa de pernas partidas que não deve ter resistido aos pulos da pequenada) e ainda motorista (mesmo sem ter carta de pesados andei a guiar uma carrinha de caixa aberta com mais de 30 miúdos atrás) - multiskilled como um canivete suiço.

Diz-me a Lili na cozinha:
-Luís tem filhos?
-Não - respondi eu - mas quando voltar vou viver com a minha namorada e depois tratamos disso.
-Ah, não! Aqui em São Tomé é ao contrário. Primeiro temos os filhos e depois vivemos juntos!

No final do dia, a caminho de casa, abordado por um um grupo de molecada:
-Amigo, amigo, dá uma banana! É melhor pedir que roubar, né?!
-Visto desse ângulo, agradeço-te que tenhas pedido! - retribuí eu.
(É importante referir que desde cheguei nunca senti insegurança por todos os lados onde tenho caminhado)



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